Felipe Fasanella – Canal Triplo
Uma das mais épicas sagas dos quadrinhos finalmente chegou as telas dos cinemas. Chris Evans e Robert Downey Jr estrelam Guerra Civil, novamente dirigido pelos irmãos Russo, responsáveis por um dos melhores filmes da Marvel Studios, Capitão América O Soldado Invernal.
A trama do filme e das HQs diverge em diversos pontos, porém a maioria das mudanças foi para melhor. Uma das principais foi a motivação que desencadeia a Guerra Civil. Enquanto nos quadrinhos uma equipe de heróis inexperientes, astros de um reality show atacam um grupo de super vilões e acabam explodindo uma escola, matando centenas de pessoas, no filme as motivações são muito mais ligadas aos protagonistas, que agora respondem pelos atos desencadeados nos filmes anteriores. Nova York, Washington e Sokovia são alguns dos locais que sofreram os efeitos colaterais das ações dos Vingadores, especialmente devido aos acontecimentos de Era de Ultron. Além disso, o que era um problema meramente americano se tornou uma questão mundial, e o Tratado de Sokovia tem o apoio de diversos países, enquanto o registro dos heróis envolvia somente os USA.
A trama do filme é extremamente madura e o roteiro flui de forma natural. Poucas cenas são desnecessárias, e todas se interligam de forma genial e avançam a narrativa a cada reviravolta. Não vou entrar em muitos detalhes sobre a história, porque mesmo com o marketing extenso, o filme ainda tem muitas surpresas.
Os irmãos Russo afirmaram certa vez que fizeram o Soldado Invernal para ser a prova de HONEST TRAILERS (Série da internet que critica de forma humorada os defeitos de produções cinematográficas). E posso garantir que eles conseguiram novamente efetuar um filme com praticamente nenhum grande defeito ou furos de roteiro.
Um dos poucos pontos alvo de crítica constante nos filmes da Marvel é o excesso de humor. Em Guerra Civil, porém, a primeira hora do filme e o último ato são extremamente sérios, com praticamente todo o humor localizado no segundo ato. Momentos de descontração são bem vindos, com destaque para a cena do Fusca.
A grande questão do filme antes da estréia era a respeito da participação do Homem Aranha. Como inserir um personagem tão conhecido e que teve tantos filmes recentemente de forma inovadora? Os irmãos Russo trazem a versão definitiva do herói, extremamente fiel aos quadrinhos e desenhos animados. Em apenas algumas cenas pudemos ver na tela o pirralho piadista, brincalhão, preocupado com estudos e vemos um pouco de sua vida particular e das dificuldades de manter seu segredo de sua tia May. Essa pequena participação tornou o filme do Homem Aranha Homecoming um dos mais aguardados do Universo Marvel.
Outro novato extremamente bem aproveitado foi Pantera Negra. O príncipe de Wakanda tem motivações excelentes para seus atos. Aliás, um grande diferencial deste filme são as fortes motivações de todos os personagens. Tony Stark vive uma montanha russa de emoções e esse talvez seja o melhor arco que seu personagem já teve em suas sete aparição no Universo Marvel, incluindo seus filmes solos. Os outros personagens também estão muito bem, com destaque para Visão, Feiticeira Escarlate e Homem Formiga, que com apenas alguns minutos em tela proporcionou momentos hilários e funcionou perfeitamente como alívio cômico.
A direção de ação dos irmãos Russo continua perfeita. Eles já tinham proporcionado uma das melhores lutas mano a mano em Soldado Invernal, que agora foi ultrapassada por diversas cenas deste filme. Capitão América x Ossos Cruzados, Soldado Invernal x Pantera Negra e Homem Aranha x Falcão são apenas algumas das excelentes lutas apresentadas. Além disso, a cena do aeroporto é possivelmente a melhor cena de ação de todos os tempos e realiza o sonho de qualquer fã de quadrinhos e desenhos animados. Extremamente divertida e inovadora, a cena de 17 minutos tirou o fôlego do público e deu uma aula de como dirigir uma cena épica de tal proporção.
Quanto aos pontos negativos do filme, tive que me esforçar para pensar em algo que não me agradou. O vilão Zemo foi relativamente mal aproveitado, porém funcionou bem como catalisador de certos acontecimentos do filme e suas motivações também foram bastante satisfatórias. Além disso, somente uma cena me pareceu fora de hora, quando em um momento específico e de extrema importância do filme, Capitão América tem que sair para ir para outro lugar, onde tem uma revelação sobre a agente 13. Mesmo perdendo um pouco o foco e parecendo encaixada sem motivo, a cena é extremamente emotiva e importante para Steve Rogers.
Lembrando que a promoção do canal TRIPLO F ainda está de pé. O sorteio do Box Stanley Kubrick será efetuado nas próximas semanas! Basta assinar o canal no link abaixo.
